
Snapchat vs. Meta: O CEO Evan Spiegel Fala Sobre Concorrência, Moderação e o Futuro da Realidade Aumentada
As redes sociais estão em constante transformação, e poucas figuras conhecem esse cenário tão bem quanto Evan Spiegel, CEO do Snapchat. Em uma recente entrevista de mais de duas horas no podcast Diary of a CEO, Spiegel abordou uma ampla variedade de tópicos, incluindo sua visão sobre a evolução das mídias sociais, a influência de Mark Zuckerberg e da Meta, os desafios da moderação de conteúdo, a ascensão do TikTok e o papel da realidade aumentada (RA) no futuro digital.
Suas declarações trouxeram insights valiosos sobre como o Snapchat se posiciona no mercado e como a empresa pretende continuar inovando em um setor dominado por gigantes da tecnologia.
Tópicos do Artigo:
A Evolução do Snapchat e Sua Diferença Deliberada

Evan Spiegel iniciou sua fala relembrando a criação do Snapchat, destacando como o aplicativo nasceu de uma necessidade específica: oferecer uma experiência de comunicação mais autêntica, que priorizasse o momento presente em vez de métricas de vaidade. Diferente do Instagram e do TikTok, o Snapchat abre diretamente na câmera, incentivando a interação espontânea e a troca de mensagens efêmeras.
Essa abordagem, segundo Spiegel, contribuiu para um ambiente mais positivo na plataforma. Ele mencionou estudos independentes realizados na Austrália e na Holanda, que apontaram que o Snapchat não tem impactos negativos na saúde mental dos usuários, ao contrário do Instagram e do TikTok. Mais do que isso, a pesquisa sugeriu que o aplicativo fortalece relacionamentos e promove o bem-estar digital.
Além disso, Spiegel fez questão de criticar a Meta por copiar inovações do Snapchat e aplicá-las em seus produtos sem considerar o impacto na experiência do usuário:
Uma das coisas mais irritantes é ver a Meta reutilizando nossas invenções para criar produtos que fazem as pessoas se sentirem infelizes.
Moderação de Conteúdo: Um Equilíbrio Entre Liberdade e Segurança
Outro ponto central da entrevista foi a moderação de conteúdo, um tema cada vez mais debatido no universo das redes sociais. Spiegel reforçou que o Snapchat adota uma abordagem que busca manter um ambiente seguro para os usuários, removendo conteúdos como pornografia, discursos de ódio e violência explícita.
Ele rejeitou a ideia de que plataformas privadas possam ser acusadas de censura, afirmando que cada empresa tem o direito de definir as diretrizes para seu espaço digital. Ele comparou a postura do Snapchat com a de outras redes sociais, sugerindo que algumas plataformas têm sido mais permissivas com conteúdos problemáticos, especialmente desde que Elon Musk assumiu o Twitter (agora X).
Cada plataforma tem o direito de decidir quais tipos de conteúdo serão permitidos para manter um ambiente saudável. No Snapchat, queremos que os usuários se sintam confortáveis ao interagir, sem se deparar com conteúdos nocivos.
Spiegel também fez uma crítica à Meta, alegando que a empresa segue a direção dos ventos políticos ao definir suas políticas de moderação. Ele apontou que, durante o governo Biden, a Meta adotou uma postura mais rígida em relação a fake news e conteúdos sensíveis, mas agora estaria ajustando suas diretrizes de acordo com as novas condições políticas nos Estados Unidos.
A Ascensão do TikTok e Seu Impacto nas Redes Sociais

Ao longo da entrevista, Spiegel também comentou sobre o impacto do TikTok no cenário digital. Ele descreveu a plataforma como altamente viciante, o que, na sua visão, pode ser prejudicial para os usuários:
Eu não uso o TikTok porque, pelo que ouvi, é como crack para as pessoas. Elas passam três ou quatro horas por dia rolando sem parar, sem nem pensar.
O TikTok, que opera com um algoritmo extremamente eficiente na retenção de usuários, tem sido alvo de críticas pelo tempo excessivo que os usuários passam na plataforma e por seu impacto na atenção e no bem-estar mental.
Ainda assim, Spiegel reconhece que a ascensão do TikTok obrigou outras redes sociais a adaptarem seus modelos de engajamento. Tanto o Instagram quanto o YouTube passaram a priorizar vídeos curtos e conteúdos sugeridos por algoritmos, tentando replicar o sucesso do aplicativo chinês.
O Futuro da Realidade Aumentada e a Competição com a Meta
Outro tema essencial da entrevista foi o papel da realidade aumentada no futuro da tecnologia. O Snapchat tem sido pioneiro no desenvolvimento de experiências de RA, com filtros interativos, Lenses e recursos avançados para criadores.
Spiegel enfatizou que o Snapchat possui um ecossistema robusto de desenvolvedores de RA, o que torna sua tecnologia difícil de ser copiada:
Temos centenas de milhões de pessoas usando experiências de RA no Snapchat e uma comunidade enorme de criadores. Isso nos dá uma vantagem competitiva, porque a inovação nesse setor é extremamente complexa.
Mesmo assim, o Snapchat enfrenta uma concorrência acirrada, principalmente da Meta e da Apple, que investem fortemente em óculos de realidade aumentada. A Meta, por exemplo, já lançou uma nova versão dos óculos Ray-Ban com RA integrada, enquanto a Apple tem apostado no Vision Pro para criar uma nova categoria de dispositivos.
Apesar de acreditar no potencial do Snapchat no mercado de RA, Spiegel admite que o cenário é desafiador. Ele reconhece que a Meta tem recursos financeiros e tecnológicos superiores, o que pode dificultar a competição a longo prazo.
Os Desafios da Economia Global e a Relação EUA-China

Além da concorrência tecnológica, Spiegel abordou outro tema sensível: as tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O Snapchat depende de fabricantes chineses para produzir seus óculos Spectacles, e qualquer mudança na política comercial pode impactar diretamente seus negócios.
Ele destacou que a falta de clareza sobre as relações entre os dois países cria um ambiente de incerteza para as empresas:
O problema para a comunidade empresarial é a falta de previsibilidade. Se houvesse diretrizes claras sobre o que é permitido e o que não é, seria mais fácil planejar estratégias de longo prazo.
Essa questão é particularmente relevante no momento em que os EUA discutem possíveis restrições ao TikTok e a outras empresas chinesas de tecnologia. Para Spiegel, qualquer limitação no comércio bilateral pode afetar não apenas gigantes como a ByteDance (dona do TikTok), mas também empresas menores que dependem de parcerias globais para continuar inovando.
O Snapchat Pode Continuar Competindo?
A entrevista de Evan Spiegel deixou claro que o Snapchat ainda se considera uma força inovadora no mercado de redes sociais. No entanto, a empresa enfrenta desafios significativos:
- Concorrência intensa da Meta e do TikTok, que continuam expandindo seus recursos e influência.
- Moderação de conteúdo, uma questão cada vez mais delicada para todas as plataformas.
- O futuro da realidade aumentada, um setor promissor, mas altamente competitivo.
- Incertezas geopolíticas, que podem impactar a produção de hardware e o crescimento internacional.
Spiegel parece otimista sobre o futuro do Snapchat, mas também adota um tom cauteloso. Ele sabe que competir com empresas como Meta e Apple não será fácil, mas aposta na inovação e na comunidade de usuários para manter o Snapchat relevante.
Seja com experiências imersivas de RA ou um ambiente digital mais saudável, o Snapchat continua buscando maneiras de se diferenciar. Agora, resta saber se essas estratégias serão suficientes para garantir seu espaço no futuro das redes sociais.
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