
Expansão Estratégica: Como o X Está Reformulando sua Presença com Conteúdo em Vídeo Original
O X, anteriormente conhecido como Twitter, está investindo pesadamente na criação de conteúdo original em vídeo, marcando uma guinada ambiciosa em direção à transformação da plataforma em um polo de entretenimento digital. A recente iniciativa denominada X Originals é o mais novo passo da empresa para se estabelecer como uma concorrente relevante no setor de streaming de vídeo e conteúdo exclusivo. Embora a proposta ainda enfrente obstáculos significativos, a movimentação estratégica aponta para uma reconfiguração importante da proposta de valor do X.
Tópicos do Artigo:
A proposta dos X Originals: mais do que apenas vídeo

O lançamento dos X Originals simboliza a tentativa do X de se posicionar como mais do que uma plataforma de microblogging. A empresa está buscando criar uma comunidade audiovisual ativa, onde usuários não apenas assistem ao conteúdo, mas também interagem diretamente com ele em tempo real.
Conforme informações divulgadas pelo próprio X, já foram produzidas mais de 300 edições de 17 séries exclusivas, veiculadas em regiões estratégicas como Estados Unidos, Japão e países do Oriente Médio e Norte da África (MENA). Os temas abordam segmentos populares como esportes, cultura pop, negócios e política, utilizando criadores de conteúdo altamente influentes nesses nichos para atrair uma base fiel de espectadores.
A aposta do X no cruzamento entre engajamento e entretenimento
Como o X tenta integrar conversas e consumo de mídia
Desde seus primórdios como Twitter, a plataforma sempre desempenhou um papel crucial na disseminação de debates em tempo real sobre eventos culturais, especialmente transmissões esportivas e estreias televisivas. A ideia é simples, mas poderosa: por que os usuários deveriam assistir a um evento em uma tela enquanto comentam em outra, se a experiência pode ser centralizada?
Em versões anteriores, o Twitter tentou integrar vídeos esportivos diretamente no feed, com parcerias com gigantes como a NFL, NBA e MLB. Embora tecnicamente viável, o público ainda preferia manter o X como segunda tela, o que acabou enfraquecendo as tentativas anteriores de integração. A proposta atual busca corrigir essas falhas ao criar conteúdos originais pensados nativamente para a plataforma, valorizando sua dinâmica social.
A estrutura de distribuição: vídeo e comunidade em sinergia
Uma das principais promessas do X Originals é permitir que os usuários assistam a séries exclusivas e interajam com os criadores em tempo real, tudo no mesmo ambiente digital. Essa fusão entre entretenimento e comunidade é central para a estratégia da plataforma, especialmente no contexto atual em que o engajamento é mais valioso do que nunca.
Conteúdo original no X: quem está por trás da estratégia?

Os nomes por trás da nova fase de vídeo
Desde a reformulação da marca para X, a plataforma tem apostado em parcerias com influenciadores de alto alcance e personalidades midiáticas para impulsionar seu conteúdo original. Já foram ao ar programas com figuras conhecidas como:
- Khloé Kardashian, com o talk show “Khloé no País das Maravilhas”
- Tucker Carlson, que trouxe milhões de visualizações com entrevistas polêmicas
- Don Lemon, com um programa breve, encerrado após controvérsia
- Tulsi Gabbard, com documentários políticos que não avançaram
- Jim Rome, que ainda mantém sua série “The Jungle”
- Anthony Pompliano, especialista em negócios e finanças
- Paris Hilton, com um projeto abandonado antes da estreia
Além disso, o X também fechou acordos com ligas esportivas e eventos populares, como a WWE, a liga de basquete Big 3, o torneio “4 Nações” da NHL, e a série documental sobre futebol “The Offseason”.
Uma linha editorial ainda em construção
Apesar de contar com alguns nomes fortes, o catálogo de vídeos originais do X ainda é limitado quando comparado a plataformas especializadas como YouTube, TikTok, Netflix ou mesmo o Instagram Reels. Atualmente, são cerca de 15 séries ativas ou concluídas. Isso demonstra que, embora a ambição seja grande, o caminho para a consolidação é longo.
Obstáculos enfrentados na tentativa de virar uma plataforma de vídeo
O desafio da identidade: X ainda não é uma plataforma de vídeo-first
Ao contrário do TikTok, que já nasce com foco integral no vídeo, ou do YouTube, que domina o setor de vídeos de média e longa duração, o X ainda apresenta limitações estruturais. O aplicativo não abre diretamente em um feed de vídeos, e os conteúdos audiovisuais não são facilmente encontrados sem que o usuário os procure intencionalmente.
Embora a aba de vídeo tenha sido implementada, a interface ainda prioriza textos e imagens, o que representa uma barreira significativa para a construção de uma experiência “vídeo em primeiro lugar”.
Questões técnicas e de métricas
Outro ponto que gera dúvidas é a forma como o X contabiliza visualizações de vídeo. Ao adotar critérios menos rigorosos para o registro de uma visualização, os números podem parecer inflados, gerando desconfiança nos anunciantes e nos próprios criadores. Esse fator pode comprometer a confiança na efetividade das métricas da plataforma.
Além disso, questões técnicas como estabilidade do player, qualidade de reprodução e integração de recursos interativos ainda deixam a desejar quando comparadas com outras plataformas líderes no setor audiovisual.
A visão estratégica por trás da expansão dos X Originals

Uma tentativa de valorização da comunidade
Apesar das limitações técnicas, a proposta dos X Originals está fundamentada em um pilar importante: a comunidade altamente engajada que o X mantém. A plataforma acredita que, ao combinar conteúdo exclusivo com discussões em tempo real, pode oferecer uma proposta de valor única, onde os usuários não apenas consomem o conteúdo, mas se tornam parte ativa da narrativa.
A influência da gestão de Linda Yaccarino
A CEO do X, Linda Yaccarino, ex-executiva da NBCUniversal, parece ser uma das grandes articuladoras dessa nova fase da empresa. Com larga experiência no mercado de mídia e publicidade, Yaccarino tem tentado aplicar sua expertise em estratégias de monetização e parcerias comerciais para transformar o X em um hub de entretenimento.
Sob sua liderança, há indícios de uma busca por parcerias mais robustas, captação de investimento direcionado à produção original e melhora da infraestrutura de vídeo. Ainda assim, o sucesso dependerá da capacidade da plataforma em sustentar uma audiência estável e oferecer retorno para os criadores.
O futuro dos X Originals: promessas e incertezas
O que precisa mudar para a expansão ganhar tração
Para que os X Originals tenham um impacto real no cenário digital, a plataforma precisa resolver uma série de gargalos:
- Redesenhar sua interface para tornar o vídeo mais acessível
- Estabelecer métricas transparentes e confiáveis para vídeos
- Aumentar o investimento em conteúdo exclusivo
- Criar programas de incentivo atrativos para criadores
Além disso, o X precisa educar o público sobre essa nova fase da plataforma. Hoje, grande parte dos usuários ainda vê o X apenas como uma rede social voltada para textos e atualizações rápidas.
O papel das marcas e anunciantes na sustentação dos conteúdos
Outro aspecto fundamental será a adesão de marcas e anunciantes. Com o aumento do consumo de vídeo e o sucesso de campanhas audiovisuais em outras plataformas, o X precisa mostrar que pode oferecer visibilidade, engajamento e conversão para as empresas. Isso requer não apenas audiência, mas um ambiente seguro, transparente e mensurável.
Conclusão: o X pode mesmo se tornar uma potência do vídeo?
A iniciativa dos X Originals é ousada e, em muitos sentidos, necessária para a sobrevivência e evolução da plataforma. Com o declínio na base de usuários ativos e o aumento da concorrência por atenção digital, o X não pode se dar ao luxo de manter-se estático.
A combinação entre conteúdo original, forte apelo comunitário e conversas em tempo real representa um diferencial competitivo, mas será preciso aperfeiçoar a execução técnica, aumentar o investimento e reformular a experiência do usuário para que a proposta decole.
Se conseguir superar esses desafios, o X pode sim encontrar seu espaço como uma alternativa interessante dentro do universo dos vídeos originais. Caso contrário, os X Originals correm o risco de se tornar apenas mais uma tentativa frustrada em uma longa lista de reformulações que não saíram do papel.
Desperte o poder do Marketing Digital! 💜
Explore nossos conteúdos exclusivos, criados em parceria com a equipe de redação da Gentileza Marketing Digital. Nosso propósito é impulsionar o seu sucesso.
Continue a jornada, conquiste o mundo digital e transforme seu negócio. Este é apenas o começo de uma história de sucesso. Fique ligado para mais insights poderosos!