
WhatsApp aposta em monetização com anúncios em status e novidades nos canais
O WhatsApp, aplicativo de mensagens mais utilizado no mundo, iniciou uma nova fase de monetização da plataforma, apostando em dois caminhos distintos: a inserção de anúncios em atualizações de status e a ampliação das funcionalidades dos canais, com destaque para conteúdo promovido e planos de assinatura. A medida faz parte da estratégia da Meta de transformar o WhatsApp não apenas em uma ferramenta de comunicação, mas também em uma plataforma com potencial comercial sólido e sustentável.
Com mais de 2 bilhões de usuários ativos, o WhatsApp é, ao lado do Facebook e do Instagram, uma das três maiores vitrines da Meta. Diferente das outras duas redes, no entanto, o aplicativo sempre manteve um posicionamento mais reservado em relação à monetização — em especial por conta da ênfase em privacidade, criptografia de ponta a ponta e experiências sem anúncios. Agora, essa abordagem começa a se flexibilizar, e o WhatsApp avança em uma direção já conhecida por seus irmãos de ecossistema.
Tópicos do Artigo:
Por que a Meta decidiu inserir anúncios no WhatsApp agora

Desde que adquiriu o WhatsApp por US$ 19 bilhões em 2014, a Meta tem buscado maneiras viáveis de monetizar o aplicativo. Durante anos, a empresa se viu em um dilema: como gerar receita a partir de uma ferramenta cuja base de usuários preza tanto pela privacidade e pela simplicidade da experiência?
As primeiras tentativas — como os anúncios planejados para a aba de status em 2018 — foram engavetadas após repercussão negativa. Na época, os usuários deixaram claro que não aceitariam a presença de publicidade invasiva em um espaço tão pessoal quanto o WhatsApp. A Meta, ciente do risco de rejeição em larga escala, recuou.
No entanto, em 2025, o cenário mudou. A nova abordagem da Meta é menos invasiva, mais segmentada e baseada em dados limitados, como localização geral e preferências básicas. Os anúncios agora serão veiculados exclusivamente nos status e nos canais, áreas que se aproximam mais da dinâmica das redes sociais tradicionais e menos das conversas privadas.
Como funcionam os anúncios em status do WhatsApp
Os status do WhatsApp, semelhantes aos stories do Instagram e do Facebook, funcionam como atualizações temporárias — fotos, vídeos ou textos — que desaparecem em 24 horas. A Meta aproveitou esse formato visual e transitório para exibir anúncios entre os status publicados por amigos e contatos.
Assim como acontece no Instagram Stories, os anúncios em status:
- Serão exibidos em tela cheia entre os conteúdos dos contatos
- Poderão conter chamadas para ação como “fale conosco”, “saiba mais” ou “visite o site”
- Vão direcionar o usuário a empresas com perfis comerciais no WhatsApp
A expectativa é de que esses anúncios ofereçam experiências comerciais mais orgânicas, já que muitos usuários já interagem com marcas pelo WhatsApp diariamente — seja para tirar dúvidas, comprar produtos ou agendar serviços.
A privacidade como ponto central da estratégia de anúncios
Um dos pilares da nova política de anúncios do WhatsApp é o cuidado com os dados dos usuários. A Meta afirma que os anúncios exibidos nos status e canais não terão como base o conteúdo das conversas privadas, e sim informações como:
- Cidade ou país de localização
- Idioma do aplicativo
- Canais seguidos pelo usuário
- Interações anteriores com anúncios da Meta
Além disso, para usuários que vincularem suas contas do WhatsApp à Central de Contas da Meta, o sistema poderá usar preferências de anúncios compartilhadas com Facebook ou Instagram. Ainda assim, a Meta enfatiza que o WhatsApp continuará sendo uma plataforma criptografada de ponta a ponta, mantendo o conteúdo das mensagens protegido.
Canais promovidos: o novo recurso comercial do WhatsApp
Além dos anúncios em status, a Meta anunciou a chegada dos Canais Promovidos, uma solução pensada para marcas e criadores que desejam ampliar o alcance de suas publicações. Os canais do WhatsApp, lançados originalmente como uma forma de transmitir atualizações para grandes públicos, agora ganham status de ferramenta de marketing com maior potencial.
As empresas poderão pagar para que seus canais apareçam em destaque na aba “Canais”, aumentando a chance de novos seguidores. Essa vitrine premium funciona de forma semelhante à aba “Explorar” do Instagram ou às sugestões de páginas no Facebook, permitindo promoção orgânica por relevância ou impulsionada via anúncios pagos.
Assinaturas de canais: uma nova forma de monetização para criadores

Junto com os Canais Promovidos, o WhatsApp também está testando planos de assinatura dentro dos canais, recurso que permite aos criadores e empresas oferecerem conteúdo exclusivo para seguidores pagantes. O modelo é semelhante ao utilizado por plataformas como YouTube e Telegram, permitindo:
- Publicação de conteúdos fechados para assinantes
- Ofertas personalizadas ou promoções especiais
- Criação de comunidades com acesso antecipado a novidades
- Geração de receita direta para administradores dos canais
Com isso, o WhatsApp avança para se tornar também uma plataforma de criadores de conteúdo, abrindo caminho para influenciadores, especialistas e marcas monetizarem sua audiência com consistência, algo que até então não era possível na estrutura tradicional do app.
A experiência do usuário diante das mudanças
Uma das principais preocupações da Meta — e do mercado como um todo — é entender como os usuários reagirão a essas mudanças. O WhatsApp sempre foi um refúgio contra o excesso de publicidade das redes sociais, e qualquer movimento que ameace essa premissa pode gerar resistência.
Por outro lado, ao limitar a veiculação de anúncios a áreas específicas (como status e canais), a empresa evita interferir diretamente nas conversas privadas, principal ponto sensível para a maioria dos usuários.
A recepção inicial dependerá de fatores como:
- Relevância dos anúncios (evitar conteúdos genéricos e intrusivos)
- Frequência com que aparecem
- Capacidade de personalização e controle do usuário
- Transparência sobre os dados utilizados
Impacto para empresas e anunciantes
Para empresas, a chegada dos anúncios no WhatsApp representa uma oportunidade estratégica. A plataforma já é usada por milhões de marcas como canal de atendimento e vendas, e agora passa a integrar também o funil de descoberta e conversão, com anúncios que podem levar diretamente a conversas.
As vantagens incluem:
- Alcance massivo e segmentado
- Integração direta com o catálogo de produtos
- Maior taxa de abertura e resposta em comparação com e-mails
- Relacionamento direto com o consumidor, via chat
Com as novas ferramentas, o WhatsApp se torna ainda mais relevante para estratégias de conversational commerce, unindo publicidade, conteúdo e relacionamento em um único espaço.
A transformação do WhatsApp em ecossistema comercial
A nova fase do WhatsApp deixa claro que o aplicativo está evoluindo para muito além de uma ferramenta de mensagens. A inclusão de recursos como:
- Pagamentos integrados
- Catálogos de produtos
- Canais de conteúdo
- Assinaturas exclusivas
- Anúncios contextuais
demonstra a construção de um ecossistema completo, onde o usuário poderá se informar, se entreter, comprar e interagir com marcas — tudo sem sair da plataforma.
Essa transformação acompanha uma tendência global: o superapp. Um único aplicativo capaz de centralizar várias funcionalidades, como já acontece em plataformas asiáticas como WeChat. O WhatsApp segue nessa direção, ainda que de forma mais gradual.
Tendências e o futuro da monetização no WhatsApp

A introdução de anúncios e assinaturas é apenas o começo de uma série de mudanças estruturais. Algumas projeções indicam que o WhatsApp pode, no futuro:
- Incluir marketplaces integrados dentro da aba de canais
- Ampliar os recursos de inteligência artificial para atendimento automatizado
- Criar um gerenciador de anúncios exclusivo para empresas no WhatsApp Business
- Permitir interações mais complexas com chatbots, compras e pagamentos instantâneos
Com isso, a Meta consegue diversificar a fonte de receita do WhatsApp — historicamente limitada — e reduzir a dependência de publicidade em feed, cada vez mais desafiadora por causa das políticas de privacidade e da saturação do mercado.
Conclusão: um novo capítulo para o WhatsApp e para o marketing digital
A decisão de incorporar anúncios em status e canais, bem como introduzir assinaturas pagas, marca um divisor de águas na história do WhatsApp. A plataforma, que até pouco tempo resistia à monetização direta, agora passa a se integrar completamente à engrenagem comercial do ecossistema Meta.
Para usuários, o desafio será adaptar-se à presença de conteúdo patrocinado em espaços antes neutros. Para marcas e criadores, trata-se de uma nova avenida para visibilidade, relacionamento e monetização. E para a Meta, é a chance de transformar um dos seus ativos mais valiosos em uma fonte de receita robusta e sustentável.
A jornada está só começando — e os próximos meses serão decisivos para consolidar (ou ajustar) esse novo modelo.
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