
Meta acelera a corrida pela inteligência artificial geral com novo modelo que simula cognição humana
A Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, está oficialmente intensificando sua aposta em um dos desafios mais ambiciosos da tecnologia moderna: a criação de uma inteligência artificial geral (IAG). Enquanto o mundo ainda assimila o impacto da inteligência artificial generativa, como os modelos de linguagem de grandes empresas, a Meta caminha além, com o objetivo de desenvolver sistemas capazes de pensar, planejar e compreender o mundo físico como seres humanos.
No centro dessa nova fase está o modelo V-JEPA 2, um avanço técnico que imita a maneira como os humanos interpretam e interagem com o ambiente. Esse sistema marca um passo importante no plano do CEO Mark Zuckerberg, que há anos reestrutura a empresa em torno da inteligência artificial, do metaverso e da criação de sistemas autônomos e interativos.
Tópicos do Artigo:
V-JEPA 2: o modelo da Meta que imita a intuição humana

O projeto mais recente da Meta no campo da IA é o V-JEPA 2 (Video Joint Embedding Predictive Architecture), um modelo desenvolvido com base em vídeos reais do mundo físico. O objetivo é ensinar sistemas artificiais a preverem como os objetos e seres vivos se comportam, algo que vai além da reprodução de padrões em linguagem natural.
O que diferencia o V-JEPA 2 de outras IAs?
Ao contrário dos modelos tradicionais que aprendem com textos ou imagens estáticas, o V-JEPA 2 é treinado com base em vídeos, o que permite que ele reconheça movimento, intenção e consequência. Isso inclui, por exemplo:
- Entender que uma bola arremessada para cima inevitavelmente cairá
- Antecipar o movimento de pessoas em um ambiente lotado
- Prever o resultado de uma ação antes que ela ocorra
Esse tipo de aprendizado aproxima o modelo da compreensão preditiva, que é uma característica típica da mente humana. Ao utilizar vídeos como base de dados, a Meta explora a capacidade de uma IA não apenas reagir a comandos, mas observar e interpretar o mundo ao redor, criando assim um “modelo mental” da realidade.
Aplicações práticas do V-JEPA 2
O modelo já vem sendo testado em ambientes de laboratório com robôs físicos, que utilizam o V-JEPA 2 para realizar tarefas como:
- Alcançar objetos com precisão
- Pegar itens e movê-los para novos lugares
- Evitar obstáculos de forma autônoma
Esses comportamentos representam ações guiadas por percepção contextual, em vez de simples comandos pré-programados. Trata-se de um avanço significativo rumo à autonomia cognitiva das máquinas.
Por que a Meta está apostando na inteligência artificial geral?
A motivação por trás da nova iniciativa é clara: enquanto a IA generativa já transformou o modo como interagimos com tecnologia, ela ainda está longe de representar inteligência de verdade. O próprio chefe de IA da Meta, Yann LeCun, afirma que os sistemas atuais são essencialmente planilhas inteligentes, capazes de gerar texto ou imagem, mas sem raciocínio, entendimento ou criatividade real.
O que é inteligência artificial geral?
A IAG (ou AGI – Artificial General Intelligence) é um conceito que envolve o desenvolvimento de máquinas capazes de:
- Raciocinar sobre situações novas
- Planejar objetivos complexos
- Compreender contextos variados
- Adaptar-se a ambientes desconhecidos
- Aprender de forma contínua e autônoma
É o “Santo Graal” da tecnologia, e seu desenvolvimento bem-sucedido pode alterar drasticamente todas as indústrias, do transporte à educação, da medicina à agricultura.
A visão de longo prazo de Mark Zuckerberg
Para Zuckerberg, o futuro da Meta depende da liderança nesse campo. Depois de anos investindo no metaverso e em realidade aumentada, o executivo entende que a IA precisa ser o cérebro por trás de toda essa infraestrutura digital, capaz de interagir de forma inteligente com os usuários em ambientes virtuais ou físicos.
Como a Meta está estruturando esse avanço técnico
Além do desenvolvimento do modelo V-JEPA 2, a Meta está reforçando sua capacidade computacional e contratando especialistas de alto nível para liderar essa nova etapa. A empresa também aposta em código aberto, permitindo que pesquisadores colaborem e contribuam para o avanço dos modelos.
Um novo tipo de arquitetura para IA
Yann LeCun destaca que os modelos atuais, baseados em aprendizado supervisionado e predição de palavras, não são adequados para desenvolver uma IAG. A proposta da Meta é criar modelos que aprendam com o mundo real, observando interações físicas e comportamentos autênticos.
Isso implica no desenvolvimento de uma arquitetura de IA mais próxima da cognição humana, com:
- Modelos de mundo interno
- Capacidade de simular hipóteses
- Sistema de memória episódica
- Processos de tomada de decisão baseados em múltiplas variáveis
Limitações dos modelos de IA atuais e como a Meta pretende superá-las
A IA generativa, como a que vemos no ChatGPT, Midjourney ou Gemini, é poderosa, mas ainda limitada em aspectos fundamentais:
- Não possui senso de contexto físico
- Não entende causalidade com profundidade
- Não inova; apenas combina padrões aprendidos
O V-JEPA 2 tenta superar esses obstáculos ao permitir que sistemas artificiais vivenciem experiências digitais mais próximas das humanas, como observar, testar, falhar e aprender com consequências.
O papel da simulação no desenvolvimento da IAG

Para treinar inteligências artificiais que aprendam como humanos, a Meta está investindo em ambientes de simulação hiper-realistas, que funcionam como “parques de treinamento” para robôs e agentes virtuais.
Esses ambientes simulam:
- Interações humanas
- Movimentação de objetos
- Reações físicas como gravidade e colisão
- Cenários sociais, como atravessar ruas ou ambientes com múltiplas intenções humanas
Com isso, os agentes de IA podem desenvolver experiência prática sem riscos físicos, acelerando o processo de aprendizado.
Inteligência sistemática real: o que significa e por que é importante
O objetivo final da Meta é alcançar um nível de inteligência sistemática real, ou seja, construir uma IA que não dependa apenas de dados passados para prever resultados, mas que construa interpretações do presente com base em modelos mentais atualizados em tempo real.
Isso permitiria que a IA:
- Respondesse melhor a contextos inéditos
- Se adaptasse a falhas ou obstáculos não previstos
- Desenvolvesse raciocínio lógico e planejado
- Interagisse com humanos de forma mais natural e produtiva
Meta, hardware e infraestrutura: a base para o salto tecnológico
Para viabilizar a IAG, a Meta também está aumentando exponencialmente seu poder computacional. São investimentos massivos em clusters de GPU, datacenters otimizados para IA e infraestrutura de rede de alta performance.
Esse movimento é comparável ao que foi feito para construir o Grande Colisor de Hádrons, só que voltado à inteligência artificial. A Meta quer ser a primeira empresa a estruturar o cérebro artificial mais poderoso da história da tecnologia.
Os desafios éticos e técnicos no caminho da superinteligência
Apesar do entusiasmo com a possibilidade de construir uma superinteligência artificial, o caminho está cheio de obstáculos técnicos, filosóficos e regulatórios. Alguns dos principais desafios incluem:
- Evitar viés algorítmico
- Garantir controle humano sobre sistemas autônomos
- Prevenir uso indevido por atores maliciosos
- Estabelecer diretrizes globais de uso ético
A Meta diz estar comprometida com práticas de desenvolvimento responsáveis, mas será observada de perto por órgãos reguladores e comunidade científica.
O que esperar da Meta nos próximos anos em IA

O plano da Meta para os próximos cinco a dez anos inclui:
- Expandir a adoção de modelos como o V-JEPA 2
- Testar IAs em contextos físicos e digitais reais
- Integração de inteligência geral em seus produtos, como os avatares do metaverso
- Colaboração com universidades e centros de pesquisa globais
- Criação de ferramentas para programadores desenvolverem sobre essa nova IA
Considerações finais: uma nova era da inteligência artificial pode estar mais próxima do que se imagina
A Meta está posicionando-se não apenas como uma plataforma de redes sociais, mas como uma das líderes da próxima revolução tecnológica baseada em cognição artificial. O desenvolvimento da IAG é um salto tão importante quanto foi a criação da internet ou do smartphone, e pode remodelar completamente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos.
Enquanto outras empresas focam em aprimorar seus modelos de IA generativa, a Meta está mirando um alvo mais ambicioso: ensinar as máquinas a pensar de verdade. Se conseguirem, não estaremos apenas lidando com assistentes inteligentes, mas com entidades digitais capazes de entender, agir e até colaborar com humanos em níveis inéditos.
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